Não
tema meus olhos
Não tema Ana
Se para ti olho
Como se fosse
O último olhar
Não receie Ana
Minha partida,
Só pelo o olhar
Que eu te olho
Não planeje Ana
O nosso destino!
Ás vezes o destino
O destino é além
De nossas escolhas...
Pois nem sempre
É a nossa própria
Todas essas coisas
Que nos destinam...
Por isso, ó doce Ana,
Olho-te como quem
Tem seu último olhar,
Não façamos planos
Ana pro nosso futuro
Que pode desmoronar
Antes de ser realidade
Não nos consente Ana,
Viver em um tempo
Que não nos pertence,
Nada nos é garantido...
Sequer tema a morte
Ó Ana, por que ela não
Nos finda, nos transforma
Numa outra matéria...
Portanto Ana, se amanhã
Não te rever, sei que levo
Comigo este último olhar,
Intensamente e desmedido
A certeza de que te olhei
Na medida em que me cabe
Aproveitar cada momento...
A eternidade do amor
Que tu tanto procuras,
Pode residir tão somente
Dentro da tua memória...
O que vale é o momento,
Pois imaginar, planejar
Ou outra coisa qualquer
É somente um viver em vão...
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Almas que se expressaram