sábado, 6 de agosto de 2011

Ode a primavera


Ode a primavera


Move-se sobre minha face
A luz da manhã vernal
Ipês balançam seus galhos
Vão colorindo o chão
Com suas belas flores...

Ó doce primavera
Senhora das águas calmas
Das aragens plácidas
Que vão lançando a tua
Túnica colorida pelo chão

Ó senhora das flores,
Singela e requintadas
São as tuas forjas
Filhas que desabrocham
Revestindo os campos

Suavemente tu me habitas
E me envolve sutilmente
Na mansidão das tuas águas
Posso sentir tocar minha face
Os aromas de tuas brisas

Em teu seio repouso
Com meu corpo e alma
Emaranhados junto à grama
Ouço brotar o teu gemido
Sinto os odores do teu fluxo

Em todas as estradas percorridas
São notáveis os vestígios teus
Destes encantos prometidos
Trouxe-me o amor perseguido
Que logo se tornou sem sentido...

Saúdo teus raios que chegam
Que se vestem em silêncio
Dentro dos meus sonhos
Esta tua manhã que estar porvir...
Teu primor repleto de mistérios...

Nas tuas alíneas amanhecidas
Bailam as nuvens no crepúsculo
Pássaros cantam tua chegada
Teu brilho percorre meus olhos
E lume minha metade escura

Num grito, meu eco rompe
O teu silêncio às avessas
Abro meus olhos aprisionados
E com minhas asas libertas
Admiro-te ó senhora primavera!

Tu és o portal da liberdade
Caminho da mansidão plena,
Delicio-me a cada segundo
Em que entorpeces meus sentidos
Com tuas energias positivas...

Espelha-se a tua formosura
Em cada um dos jardins floridos
Entrelaço-me no teu ar de pureza
Banho-me nas mansas águas
E renasço como uma muda nova...

Tu que existes desde o início dos tempos
E atravessas as eras e reina pra sempre,
Ao me banhar com tua força cósmica
Faz também de mim um imortal
A cada raiar da tua eterna magia...

Quando chegar à hora de minha morte
Que eu morra então no seio teu
Na simplicidade dos teus mistérios
Pois sei que se eu morrer junto a ti
Em cada retorno teu ficarei eternizado...

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