quarta-feira, 4 de setembro de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Assim como o mar
Assim como o
mar suspira em brisas
o olhar navega em ondas de silêncio
os lábios contêm a ânsia dos dizeres
os gestos urgem e trazem anúncios.
O pensamento é sombra que se move
dentre as nuvens que revelam a real
nuance de um alvo sol que se inflama
no escuro medo da súbita revelação.
Suspiro como suspira o mar em brisas,
os lábios se confundem nos seus dizeres
olhares, um à um são ondas pela praia
no silêncio hesitante de meus anúncios.
domingo, 11 de agosto de 2013
Suave o dia passa
Suave o dia
passa como um acorde
lento de uma mansa brisa pelas manhãs
primaveris, a esmo tal as gotas de chuva
que escorrem no silêncio das madrugadas
aladas que se estiram num voo trépido.
Suave, o tempo é como uma lira a desfiar
uma suave canção pelas tardes de outono,
e baila no vento como a folha desprendida
da árvore de um velho sonho abandonado
nas alíneas inconstantes da atroz realidade.
Como um corte, um acorde, uma poesia,
bailo à esmo nos sopros dos ventos do acaso
como se o destino fosse um voo alado
por entre as fortalezas de uma fantasia,
dissipa-se a alma numa leve poesia.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Aqui, Flor
Aqui, Flor, no anoitecer
onde suave a
tarde jazdistante no horizonte
como se fosse gaivotas
pairando sobre os ares
como os teus olhares
caem no esquecimento.
O tempo é um
mergulho
como o sol que
penetracalmamente entre as folhas
enquanto o vento sopra
as suas
melodias vernais
e o pensamento
ressoa
como um eco
no abismo.
Quem sabe quão
distante
desta tarde
minha alma
intrépida
navega a esma,
como um desejo
desliza
suavemente
como o mar
que jaz num
beijo sutil
na onda de
outro tempo.
sábado, 13 de julho de 2013
Aqui onde o silêncio
Aqui onde o silêncio das tardes
são como fortalezas que escondem segredos
onde os pensamentos pairam como borboletas
pela lentidão quase imóvel deste anoitecer.
Onde os horizontes se tocam na imaginação
como a águia que se estira num mergulho trépido
onde o vento canta as velhas canções já esquecidas
como uma névoa que cobre as manhãs invernais.
Aqui eu soo como uma folha pelas brisas,
como um recado lançado nas alíneas de um eco
oco que rompe a escuridão destes momentos,
que o silêncio fez-se vulcão e voltou a ser silente.
(a voz da imaginação).
são como fortalezas que escondem segredos
onde os pensamentos pairam como borboletas
pela lentidão quase imóvel deste anoitecer.
Onde os horizontes se tocam na imaginação
como a águia que se estira num mergulho trépido
onde o vento canta as velhas canções já esquecidas
como uma névoa que cobre as manhãs invernais.
Aqui eu soo como uma folha pelas brisas,
como um recado lançado nas alíneas de um eco
oco que rompe a escuridão destes momentos,
que o silêncio fez-se vulcão e voltou a ser silente.
(a voz da imaginação).
domingo, 7 de julho de 2013
Aqui onde as noites
Aqui onde as noites são como brasas,
onde o vento ressoa e inflama em melodias
e meu pensamento se embala em suas asas.
Aqui onde a voz falha, e o tempo se desfaz
como a gota de chuva que embaça a vidraça,
e sutil, o tempo traça o seu contorno audaz.
Aqui, os pensamentos são como leves brisas,
e as badaladas do relógio são premissas,
em sua trama, a dor da ausência se dramatiza.
Aqui onde o silêncio tem o som de um trovão
como uma suave flor que rompe o seu rebento
vagando entre as alíneas da razão e da emoção.
E como barco que veleja ao som dos mares
nesta noite velejo como um eco que se perde
devotamente enquanto se espalha pelos ares.
E como mar que jaz, o tempo escoa a esmo
nas badaladas de meu olhar pelo horizonte
como vendaval nas ruas de mim mesmo.
onde o vento ressoa e inflama em melodias
e meu pensamento se embala em suas asas.
Aqui onde a voz falha, e o tempo se desfaz
como a gota de chuva que embaça a vidraça,
e sutil, o tempo traça o seu contorno audaz.
Aqui, os pensamentos são como leves brisas,
e as badaladas do relógio são premissas,
em sua trama, a dor da ausência se dramatiza.
Aqui onde o silêncio tem o som de um trovão
como uma suave flor que rompe o seu rebento
vagando entre as alíneas da razão e da emoção.
E como barco que veleja ao som dos mares
nesta noite velejo como um eco que se perde
devotamente enquanto se espalha pelos ares.
E como mar que jaz, o tempo escoa a esmo
nas badaladas de meu olhar pelo horizonte
como vendaval nas ruas de mim mesmo.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Faces do Amor e da Dor LXXVII
Aqui soam em gotas meus pensamentos
cantando-nos pelas ruas as façanhas
como a brisa outonal pelas montanhas
que vai soprando seus encantamentos .
Aqui onde as aragens são como alentos
tecem-se em olhares as artimanhas
corpos movem-se nas formas estranhas
forjadas na junção de movimentos.
Aqui onde corpos são brasas (são
amantes),
o tempo é sempre eterno ( num afago),
soam temporais no âmago deste lago.
Aqui onde escorre em faces abrasantes
o amor por cada gesto descuidado
quando repousa mim teu olhar alado.
terça-feira, 2 de julho de 2013
Faces do Amor e da Dor LXXIV
Aqui te amo amor como flor nativa
como ondas de um eterno mar errante
quando os ventos sopram em teu semblante
no azul profundo do olhar que cativa.
Se meu dia na tua presença se aviva,
tu és da minhas manhãs o sol vibrante
faz brotar em mim o ímpeto de amante
(clama que se inflama na expectativa).
Sinto o teu olhar pairar sobre as estrelas
quando olho pra o céu nas noites silentes
têm as manhãs solenes pensamentos.
Ouço teus passos nos compassos lentos
do meu coração em batidas latentes
que içam pelos ventos teus minhas velas.
domingo, 30 de junho de 2013
Temo, Flor,
Temo, Flor, que seja o
nosso destino
como a folha que se desprende no outono
e alça voo dispersa pelos quatro ventos.
(o eco sutil de uma canção a ser esquecida).
Temo o passar destas horas que se perdem
em que nossos caminhos vão se tornando
distantes como uma velha lembrança tida.
(a calma melodia da dança dos ausentes).
Vejo e sinto que se esvaem a cada minuto
em que se abre entre os nossos caminhos
uma fenda que faz de ti uma vã memória
voando nas brisas de meus pensamentos.
como a folha que se desprende no outono
e alça voo dispersa pelos quatro ventos.
(o eco sutil de uma canção a ser esquecida).
Temo o passar destas horas que se perdem
em que nossos caminhos vão se tornando
distantes como uma velha lembrança tida.
(a calma melodia da dança dos ausentes).
Vejo e sinto que se esvaem a cada minuto
em que se abre entre os nossos caminhos
uma fenda que faz de ti uma vã memória
voando nas brisas de meus pensamentos.
O SOM DA TEMPESTADE
O SOM DA TEMPESTADE
Aqui onde os mares são anseios
e pássaros não receiam temporais,
atmosferas são nuances e prenúncio,
anúncio que o tempo é imortal.
Na lida das alíneas matinas,
as rimas são bordadas em parágrafos,
pintam versos matizados em canais
... que circulam do avesso, outros lagos.
No eflúvio supremo deste dia
que se derrama devotamente em gotas,
calmamente se esculpe a poesia
d’onde brota da magia ,sons e formas.
Joselito De Souza Bertoglio & Aglaure Corrêa Martins
CARTA DE ALFORRIA
Queria asas, queria saber voar
e até conseguir chegar,
quem sabe as gaiolas do mundo
não me deixem habitar a sombra
de onde eu quero estar,
onde habita o sonho...
Será este meu lugar?
... Lanço-me na esperança de chegar
onde exista na verdade
a mais completa viagem
feita de silêncio e olhar
na pura essência do sonhar.
O vento toca minhas asas e
com sutileza desenha suas nuances
entre o desejo e o possível
tocando o fio quase invisível
em que só a liberdade alcance
na espera o poder se reencontrar,
naquilo que há de mais humano...
Quero voar e nas minhas asas
realizar o mais incrível plano
Num desenho quase certeiro
o bater na porta de um carteiro
trazendo a mais louca notícia:
_que num voo com pericia,
descobriu-se a rota do mais livre amar...
Marisa Schmidt & Joselito de S. Bertoglio
Queria asas, queria saber voar
e até conseguir chegar,
quem sabe as gaiolas do mundo
não me deixem habitar a sombra
de onde eu quero estar,
onde habita o sonho...
Será este meu lugar?
... Lanço-me na esperança de chegar
onde exista na verdade
a mais completa viagem
feita de silêncio e olhar
na pura essência do sonhar.
O vento toca minhas asas e
com sutileza desenha suas nuances
entre o desejo e o possível
tocando o fio quase invisível
em que só a liberdade alcance
na espera o poder se reencontrar,
naquilo que há de mais humano...
Quero voar e nas minhas asas
realizar o mais incrível plano
Num desenho quase certeiro
o bater na porta de um carteiro
trazendo a mais louca notícia:
_que num voo com pericia,
descobriu-se a rota do mais livre amar...
Marisa Schmidt & Joselito de S. Bertoglio
quinta-feira, 27 de junho de 2013
Nossos caminhos entre olhares.
Nossos
caminhos entre olhares.
Poeta,
Resolvi por em palavras o que meus-teus olhos não deixam de enxergar, o incontido silêncio da espera alucinante por folhas voando e que ao chão elas toquem e me toquem os pés. Delas faria um calçado desses de andar por entre nuvens, quem sabe alcançar o pensamento teu...
Resolvi por em palavras o que meus-teus olhos não deixam de enxergar, o incontido silêncio da espera alucinante por folhas voando e que ao chão elas toquem e me toquem os pés. Delas faria um calçado desses de andar por entre nuvens, quem sabe alcançar o pensamento teu...
Vê,
poetisa,
Brinda
o plácido vento que em seu sopro fugaz balança as folhas na incrível melodia da
primavera que se estira num silêncio trépido, sinta as tuas asas baterem calmamente
nestes dias como um acorde de uma lira que escapa das mãos que tocam aos
deuses. Faz do teu dia uma sombra reconfortante em meio às horas que se perdem
subitamente enquanto estamos a nos pensar... Súbito o tempo se esvai como uma
onda que beija a praia e volta a ser mar. Como um rio que escorre no seu ritmo, esvai-se em
cachoeiras, em calmos poços, mas está sempre adiante. Aqui pensar é como uma sombra de um dia em que
as nuvens cobrem o sol, fico a imaginá-lo como um desenho de criança num papel
qualquer, e num só palpite lançava-se nas nuvens como um sonho bom a ser
descoberto, mas agora o caminho é tortuoso, mas vê as tulipas e os lírios
silvestres, vista-te como eles na sua roupagem simples e de aromas efêmeros
como os jardins do olimpo, vê vive e sente o dia por si só e sê feliz, e a
lembrança desses dias serão a tua eternidade...
Poeta,
Tua voz me sonda e tuas palavras em pincéis molhados dão contorno e cor ao cenário frio do inverno que finda, trazes os personagens mais simples e castos do mundo natural que o corpo toca, mas que alma perpassa por entre cada fresta de suspiro, posso tocar teus dedos e na leveza de minhas mãos me deixar conduzir por estas paisagens e nelas ser pássaro amarelo cintilante, ousar algumas piruetas e roubar uns beijo das flores e espalhar seu néctar por entre arvoredos e estradas vazias, colocar semente entre os buracos largos, estes que são desviados dos condutores, quem sabe assim não aproxime a pressa da beleza tenaz. Não precisamos de tempo ou medo se temos em nós a coragem dos versos e a imaginação dos seres pequenos e iluminados.
Tua voz me sonda e tuas palavras em pincéis molhados dão contorno e cor ao cenário frio do inverno que finda, trazes os personagens mais simples e castos do mundo natural que o corpo toca, mas que alma perpassa por entre cada fresta de suspiro, posso tocar teus dedos e na leveza de minhas mãos me deixar conduzir por estas paisagens e nelas ser pássaro amarelo cintilante, ousar algumas piruetas e roubar uns beijo das flores e espalhar seu néctar por entre arvoredos e estradas vazias, colocar semente entre os buracos largos, estes que são desviados dos condutores, quem sabe assim não aproxime a pressa da beleza tenaz. Não precisamos de tempo ou medo se temos em nós a coragem dos versos e a imaginação dos seres pequenos e iluminados.
Poetisa,
Aqui
os pássaros cantam, brindando num cálice o êxtase das nuances deste belo dia,
as folhas bailam ao vento, como se fossem a última dança que meus pés possam
ter, é estranho pensar em tudo que nos cerca e lhe atribuir algum sentido, tudo
parece passar a esmo, alheio a nossa vontade, pois, o pensamento é como um ramo
que busca nas alturas um resquício das sombras tenras que cobriram os dias de
minha infância, aqui os ventos de Apolo são atrozes como as ondas que se
produzem em meu pensamento, mas mesmo este universo reverso me é como um
plácido campo em que caminho enquanto passam meus dias alheios ao meu desejo,
pintar, colorir, outrora tão plenos, parecem-me fugazes como se o tempo se
reduzisse a um grão de areia soando nos temporais da eternidade, mas pleno,
embora me pareça atroz, tudo ganha um sentido, no júbilo do amanhecer a sombra
de Afrodite, ao sobre o jugo de Zeus, sempre à nos lembrar de aproveitar a nossa
grandeza dentro do pouco que somos...
Sei
Poeta,
Audaciosamente te chamando de amigo íntimo que deste vôo não desejaria pousar. Que meus-teus pés aterrissem sobre estrelas e com minhas mãos irei afagar teu sereno rosto, sabendo, pois, que a ampulheta já foi desemborcada e teremos mais algumas eras para escalar. Tão somente agora abro os olhos-nossos para contemplar esse dia tão bem tecido aos sussurros teus, nas entrelinhas da voz silente sossegaremos em tons laranja. Somos o nascer o sol.
Audaciosamente te chamando de amigo íntimo que deste vôo não desejaria pousar. Que meus-teus pés aterrissem sobre estrelas e com minhas mãos irei afagar teu sereno rosto, sabendo, pois, que a ampulheta já foi desemborcada e teremos mais algumas eras para escalar. Tão somente agora abro os olhos-nossos para contemplar esse dia tão bem tecido aos sussurros teus, nas entrelinhas da voz silente sossegaremos em tons laranja. Somos o nascer o sol.
Poetisa,
Joselito de Souza Bertoglio e Bia Cunha
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Caminho na sombra
Caminho na sombra deste dia,
meus pensamentos são verdes ramos
a soar nas asas do vento que vaga.
Aqui onde as quimeras beijam a noite,
acorda a morna manhã com um canto
trépido que se estira em sutil desejo.
Nas colinas do acaso fiz minha morada
e do seu doce eflúvio, o fluxo supremo
das alíneas vibrantes do esmo sonho tido.
Aqui onde os cantos são de promessas,
às avessas, reversas, quem sabe travessas,
nuances do dia que passa por passar apenas.
Sinto passar o dia como uma folha ao vento,
e tal qual a esmo sigo nas alíneas do destino,
a vida que passa, não passa mais que em vão.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
A For que és
A flor que és, a flor que desejo,
daquelas que flamam magias,
és mistério.
A flor que és, a flor que procuro,
daquelas que não há nos jardins,
és
fascínio.
A flor que és, flor que me comove,
incógnita de nuances intermináveis,
és suplício.
A flor que és, flor que me fascina,
dissipa-se num perfume ao vento,
és anúncio.
A flor que és, quero-te plantada,
caudalosa e efêmera num jardim
de ciladas e mistérios inquietantes,
um desafio.
sábado, 17 de novembro de 2012
Faces do amor e da dor LXXI
LXXI
Sentia-a suspirar
devotadamente,
Como quem chega
ao clímax da existência
No calor amoroso
ferve a essência
Do gozo orvalhado
da pele ardente
Como lábios que
tocam suavemente
Com um luxo
ardiloso de indecência
Num êxtase
beirando a dependência
Como um broto
florido da semente.
Suas unhas
passavam como as de leoa
Que mergulha num
ritual predatório
Como um invólucro
de sensações,
Sorrindo como
abelha quando ferroa
Tocava os lábios
em tons de excitações
Trepidando num
cálido ofertório...
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Faces do Amor e da Dor XXV
XXV
Voraz como trovão em meu
pensamento
Banha-me uma insana onda de
saudade
Num mar de desapego e de vaidade,
Num mar de desapego e de vaidade,
Fases, faces – disfarces de
momento.
Uma voz baila em suave
movimento
Tal fosse uma canção de liberdade
Em revoadas, fragmentos de
verdade,
Um galho que traz em si o
seu rebento.
Jurei deixar-te pra trás,
no passado
Que sempre volta como um
mar faminto,
Num rugir voraz como leão
zangado.
Como quem navega num sonho
bom
Quando acorda dentro de um labirinto
Quando acorda dentro de um labirinto
De uma triste manhã sem
qualquer tom...
sexta-feira, 23 de março de 2012
ESCOLHA DA CAPA DE "AS BRUMAS DO DESTINO"
Gostaria de promover aqui uma votação para escolher a capa entre dois modelos
Modelo 1
Modelo 2
APRESENTAÇÃO
"As Brumas de
Meu Destino", marca a transformação de minhas crenças, a forma como
observo a vida, o tempo, a ligação entre a natureza e a vida que ela abriga e
principalmente a minha existência humana, tanto em forma de sentimento, quanto
de visão de mundo. Estes poemas são de cunho existencial, portanto uma
auto-reflexão na busca de suprir o "vazio existencial nato". Não é
meu intuito aqui denegrir ou influenciar qualquer forma de crença a quem quer
que os leia, afinal, é uma escolha individual que cabe exclusivamente ao
indivíduo.
Outro ponto que
também vem como marco deste trabalho, é o tema de aproveitar o tempo que nos é
escasso com coisas que nos fazem felizes, e deixar para traz tudo que nos faz
ficar tristes e negativos, afinal o tempo é curto de mais para vivermos preso
ao passado, e principalmente para ficarmos nos privando da vida por evitar
coisas novas por experiências negativas que são necessárias para moldar os
nossos caminhos.
Este livro é
inspirado nas obras dos poetas heterônimos Ricardo Reis e Alberto Caeiro do
poeta Fernando Pessoa, e que em minha opinião é o maior de todo o tempo, me
inspira muito o pensar destes dois heterônimos por que eles veem de encontro ao
modo como vejo e encaro a vida e as situações da vida, apenas diferindo em
alguns pontos como a visão em relação aos deuses, cada um cria o seu se acordo
com que lhe é ensinado ou pela experiência na busca por uma explicação onde a
luz da razão não alcança, e até para encarar seus medos.
Joselito de Souza Bertoglio
quinta-feira, 22 de março de 2012
PRONUNCIA-SE
PRONUNCIA-SE
o dia num lindo arrebol
No
frêmito das tulipas ao sol
E pelos
rubis azuis - esverdeados
Encontro
um espelho pra minha alma,
Pelos
longos fios loiros de ouro alados
Um
universo controverso (a calma)...
E num
alvoroço o dia pede pressa
Só
pra mais uma rápida conversa
E numa
nuvem branca se dispersa
(quem
tão de repente está às avessas)
O tempo
dispara como uma lança
Para
dar um sopro o vento que espera
Depois
de tanto pairar a calmaria
Súbito
num louco bater alcança
Da
flor o amor, a sua mais doce iguaria...
segunda-feira, 19 de março de 2012
TEUS OLHOS
TEUS OLHOS que outrora pairava tanta vida
Estão frios como as brancas florestas de Asgard
São como os de uma linda loba sempre à espreita...
E o fundo do seu olhar é como trilha estreita
Olhá-lo é como caminhar numa caverna
Onde não tem mais que um silêncio implacável
Varrendo as ruas como uma voraz avalanche
Antes de suspirar em mim a luz do dia
Como uma vã brisa pelo prado longínquo
Esvaem-se as esperanças de dias melhores,
Como relâmpago cruzando os pensamentos
As nossas velhas noites se vão como folhas
Por primaveras que a cada dia mais distantes
Da sua lembrança não me restou mais que um sopro
Que se propaga num eco oco no horizonte
Resquícios soltos num verso pelo universo...
quarta-feira, 14 de março de 2012
Caminhos Opostos
Caminhos Opostos
E dos rostos virados
Fez o destino oposto.
O que era belo e claro
Tornou-se estranho.
Dos caminhos opostos
Fez-se o destino inverso
E dos olhos flamejantes
Fez-se o brilho incerto.
E das lágrimas vertidas
Fez-se o olhar deserto.
Enferrujou-se o sorriso
Diante do olhar disperso.
E nos casos do acaso
A vida se transforma.
Faz do próximo distante,
E do caminho certo
Um andarilho errante.
E diante do fim do amor,
Que a tempo já não existe
Reside só em pensamento.
E dos rostos virados
Fez-se o caminho oposto...
segunda-feira, 5 de março de 2012
NOS OLHOS
NOS OLHOS imóveis
Correm pensamentos
(o fascínio)
Veem pétalas
ledas,
Exalam perfume
(o vestígio)
Nos olhos que
lúmen
Nas formas
di(amante)
(como um vício)
Olhares se
envolvem
E depois se evitam
(o exercício)
Na aresta dos
rostos
Tímido sorriso
(um indício)
Nasce deste brilho
A mais fina chama
(um resquício)
Num olhar nascente
Brota o sol
fervente
(no princípio)
Sopra então o destino
Nas asas do acaso
(um auxílio)
Pétalas ao vento
São os cabelos vernais
(como um pávio)
De repente acende
Algo já dormente
(num assovio)
Ao flamar da chama
Aos poucos consome
(o precipício)
Como tempestade
Vai varrendo tudo
(um anúncio)
Dos rostos virados
O sentido oposto
(nasce o exílio)
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