sábado, 17 de novembro de 2012

Faces do amor e da dor LXXI


LXXI

 

 

Sentia-a suspirar devotadamente,

Como quem chega ao clímax da existência

No calor amoroso ferve a essência

Do gozo orvalhado da pele ardente

 

Como lábios que tocam suavemente

Com um luxo ardiloso de indecência

Num êxtase beirando a dependência

Como um broto florido da semente.

 

Suas unhas passavam como as de leoa

Que mergulha num ritual predatório

Como um invólucro de sensações,

 

Sorrindo como abelha quando ferroa

Tocava os lábios em tons de excitações

Trepidando num cálido ofertório...