quarta-feira, 24 de julho de 2013

Aqui, Flor


Aqui, Flor, no anoitecer
onde suave a tarde jaz
distante no horizonte
como se fosse gaivotas
pairando sobre os ares
como os teus olhares
caem no esquecimento.

O tempo é um mergulho
como o sol que penetra
calmamente entre as folhas
enquanto o vento sopra
as suas melodias vernais
e o pensamento ressoa
como um eco no abismo.
 
Quem sabe quão distante
desta tarde minha alma
intrépida navega a esma,
como um desejo desliza
suavemente como o mar
que jaz num beijo sutil
na onda de outro tempo.

sábado, 13 de julho de 2013

Aqui onde o silêncio

Aqui onde o silêncio das tardes
são como fortalezas que escondem segredos
onde os pensamentos pairam como borboletas
pela lentidão quase imóvel deste anoitecer.

Onde os horizontes se tocam na imaginação
como a águia que se estira num mergulho trépido
onde o vento canta as velhas canções já esquecidas
como uma névoa que cobre as manhãs invernais.

Aqui eu soo como uma folha pelas brisas,
como um recado lançado nas alíneas de um eco
oco que rompe a escuridão destes momentos,
que o silêncio fez-se vulcão e voltou a ser silente.
(a voz da imaginação).

domingo, 7 de julho de 2013

Aqui onde as noites

Aqui onde as noites são como brasas,
onde o vento ressoa e inflama em melodias
e meu pensamento se embala em suas asas.

Aqui onde a voz falha, e o tempo se desfaz
como a gota de chuva que embaça a vidraça,
e sutil, o tempo traça o seu contorno audaz.

Aqui, os pensamentos são como leves brisas,
e as badaladas do relógio são premissas,
em sua trama, a dor da ausência se dramatiza.

Aqui onde o silêncio tem o som de um trovão
como uma suave flor que rompe o seu rebento
vagando entre as alíneas da razão e da emoção.

E como barco que veleja ao som dos mares
nesta noite velejo como um eco que se perde
devotamente enquanto se espalha pelos ares.

E como mar que jaz, o tempo escoa a esmo
nas badaladas de meu olhar pelo horizonte
como vendaval nas ruas de mim mesmo.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Faces do Amor e da Dor LXXVII


Aqui soam em gotas meus pensamentos
cantando-nos pelas ruas as façanhas
como a brisa outonal pelas montanhas
que vai soprando seus encantamentos .
 
Aqui onde as aragens são como alentos
tecem-se em olhares as artimanhas
corpos movem-se nas formas estranhas
forjadas na junção de movimentos.
 
Aqui onde corpos são brasas (são amantes),
o tempo é sempre eterno ( num afago),
soam temporais no âmago deste lago.
 
Aqui onde escorre em faces abrasantes
o amor por cada gesto descuidado
quando repousa mim teu olhar alado.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Faces do Amor e da Dor LXXIV



Aqui te amo amor como flor nativa
como ondas de um eterno mar errante
quando os ventos sopram em teu semblante
no azul profundo do olhar que cativa.
 
Se meu dia na tua presença se aviva,
tu és da minhas manhãs o sol vibrante
faz brotar em mim o ímpeto de amante
(clama que se inflama na expectativa).
 
Sinto o teu olhar pairar sobre as estrelas
quando olho pra o céu nas noites silentes
têm as manhãs solenes pensamentos.
 
Ouço teus passos nos compassos lentos
do meu coração em batidas latentes
que içam pelos ventos teus minhas velas.