sexta-feira, 27 de maio de 2016

Árdua Madrugada



 
 
Árdua Madrugada

 

Pálida madrugada, rosa de cristal,

Sobrevoa nas asas de uma aragem

Pouco a pouco varre a blindagem

O olhar esparso no enleio do vitral.

 

No furor da noite toca o crepúsculo,

A lua de sangue no céu se incendeia

Então o teu fragor translucido clareia

A aurora da alma rompendo o casulo.

 

Canta a fúria escarlate no seio do luar

Engolindo-me em suas asas de veludo

E as estrelas em chamas de tom agudo

Fazem minha cabeça em sonhos rodear.

 

Esculpido nos meus olhos a saudade,

E seu árduo reflexo escarlate na janela

O vento trépido num instante congela

A sombra de ver morrer nossa afinidade.

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