Árdua Madrugada
Pálida madrugada, rosa de cristal,
Sobrevoa nas asas de uma aragem
Pouco a pouco varre a blindagem
O olhar esparso no enleio do vitral.
No furor da noite toca o crepúsculo,
A lua de sangue no céu se incendeia
Então o teu fragor translucido clareia
A aurora da alma rompendo o casulo.
Canta a fúria escarlate no seio do luar
Engolindo-me em suas asas de veludo
E as estrelas em chamas de tom agudo
Fazem minha cabeça em sonhos rodear.
Esculpido nos meus olhos a saudade,
E seu árduo reflexo escarlate na janela
O vento trépido num instante congela
A sombra de ver morrer nossa afinidade.
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Almas que se expressaram