sábado, 25 de fevereiro de 2012

MINHA FANTASIA É VOCÊ


MINHA FANTASIA É VOCÊ





Despi-me de mim mesmo

E me revesti em tua pele

(como um lírio silvestre)



Se de ti se veste minha pele

Dela verte o suor sagrado,

(o carnaval da paixão)



Mãos que acariciam,

Mãos que arranham

(precipitam-se)



Revestindo-me de ti

Descobri que na verdade

És tu que se reveste de mim



(do lírio silvestre tu és as pétalas

e eu sou o caule no ápice do amor)...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

NÃO QUERO AS MIGALHAS


NÃO QUERO AS MIGALHAS





Não quero as migalhas

Que teus olhos me oferecem

(quando imóveis)



Nem me agrada o teu sorriso

Expressado pelas veredas

(como quem disfarça)



Não penetram em meu coração

Dizendo-me que queria que tudo

Entre nós fosse diferente,



Quem ama de verdade escuta

Mesmo quando parece a mentira

Mais absurda...



Tantas vezes tentei lhe falar

Esbarrando em “talvez”, em “sei lá”



“quem ama, busca encontrar”

Sem desculpas, sem justifica,

“quem ama quer estar”

Sem promessas evasivas

Sem demora, sem hora, simples assim...


sábado, 18 de fevereiro de 2012

DISFARCE


 
Disfarce


Entre enlaces
E mil disfarces,
Desejo-te...
Renegando,
Chamo-te
Discretamente...

Devotadamente
Num olhar sutil
Sem nem saber,
Por que te chamo!

Nos teus disfarces,
Mostras as fases
De um amor febril.
Então te chamo
Fervorosamente...

Envolto nas faces
De meus disfarces,
Imito todas as faces
Dos teus disfarces
Inconscientemente.

Palavras ao vento,
Gestos contraditórios
Revelam-se segredos.
Ai como eu te amo!
Amo inegavelmente...

Pode ser em pensamento
Com meus olhos ledos
Teus sorrisos, 
Ou só por fascínio...
Perco o domínio.

Sobre os disfarces
De nossas faces,
Voraz enlace
Devora-nos
Incessantemente
Em vaidades.

Se nos perdemos,
Ou esquecemos
De nos lembrar
Que nos amamos
É assustador.

Nas suavidades
Dos teus lábios,
Cálidos vestígios
Que vertem sabores.
Inexplicavelmente...

aí, aí, disfarces,
Faces do enlace
Louco furor,
Plácido sentir,
E este nos é
Tão divergente!

Consumimo-nos,
Fogo abrasador,
De repente, nos esvaímos
Como quem se fica
À margem de si mesmo,

Num disfarce de fases.
Confesso-te que eu amo
Simplesmente
Em todas as faces
Dos teus disfarces...

Mesmo que se embacem
Os olhos com o impasse,
Que se desenlacem
As faces do teu disfarce...

Nos disfarces
Da minha face,
O súbito enlace
Das nossas faces
De um beijo
Forja-se o amor
Tão de repente...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Voe Sempre em Frente

Segue o teu destino,  rega as tuas plantas,  ama as tuas rosas. O resto é a sombra  de árvores alheias.” (Ricardo Reis/Fernando Pessoa)

VOE SEMPRE EM FRENTE


Voe sempre como o vento,
Voe alto e sempre pra frente,
Sejas também como o tempo
Contínuo sempre adiante,

Veste teu jardim de belezas
Para sobre ele apenas pairar
As mais belas borboletas

Assegura-te em viver apenas
A sombra das tuas árvores
E coma somente os frutos doces
Das tuas relações, o amargo
E o podre deixe fenecer alheio a ti...

Solte as suas folhas ao léu
E escreve o destino cuidadosamente
Com as tuas escolhas,

Lembre-se que as escolhas, são eternas
Responsabilidades com os resultados
Que hão de vir, quando chegar à hora
 Certa a consciência e a vida lhe cobrará

Não julgues sem ter certeza,
E mesmo quando tiver certeza
Lembre-se que a certeza não
Passa de um ponto de vista
Que sempre pode ser vista
E revista de formas diferentes

Faz da tua alma um oásis
Um recôndito de bons sentimentos
Assegura-te de transformar
A tua vida em muitos “bons momentos”

Pregue peças, ensaie os atos
Curta a vida como uma comédia
Nada levarás além do que carrega
Dentro do seu coração

Não espere um grande terremoto
Para demolir e reconstruir
O que em ti já está à sucumbir,

Ame, cante, dance, viva a plenitude
Quando chegar a morte, só lhe
Restará a memória daquilo
Que foi vivido e nada mais

Assim passarás pela vida íntegro
E te imortalizarás nas lembranças
Quando alguém falar em tua memória
“Que valeu a pena ter te conhecido”.